O combate ao desperdício de alimentos é um dos grandes focos mundiais da indústria de alimentos. E, embora ainda esteja longe de ser equacionado, o problema pode ser minimizado com iniciativas simples, como a utilização de embalagens plásticas.
Segundo a Plastics Europe, a associação dos fabricantes europeus de plásticos, o uso de embalagens plásticas pode reduzir a perda de alimentos em 30%. Essa é uma estatística fundamental frente ao tamanho das perdas, que segundo a FAO, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, atinge 1,3 bilhões de toneladas anualmente, a um valor de mercado de US$ 750 bilhões.
Herman Moura, presidente da ABIEF (Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis) antecipa que não há dados oficiais no Brasil que remetam à pesquisa da Plastics Europe. Ainda assim, ele garante: a redução de desperdício de alimentos via embalagem está na pauta da indústria nacional. “A ABIEF apoia toda a iniciativa nesse sentido e sabemos que nossos associados buscam tecnologias e materiais que tenham um impacto positivo na preservação dos alimentos e na redução do desperdício”, assegura.
Iniciativas no mercado externo, assim, são atentamente acompanhadas pela entidade. É o caso da Save Food, um projeto da FAO, entre outras entidades, para desenvolver e promover soluções em embalagens que evitem o desperdício de alimentos em toda a cadeia produtiva. “Ele parte do princípio que há diversas formas e tecnologias a serem trabalhadas para alcançar este objetivo, seja em termos logísticos, de transporte, refrigeração, condições de armazenagem e manuseio do produto. A embalagem está presente em todas estas etapas e tem um papel estratégico.”
A diversidade, aliás, pode ser uma aliada nessa luta. Moura explica que, com a evolução dos materiais e processos para embalagens plásticas flexíveis, hoje existe nacionalmente “uma ampla gama de filmes específicos para alimentos. Dependendo do produto, há um filme ideal que garanta as propriedades do alimento, processado ou in natura”.
A principal resina utilizada pela indústria de embalagens flexíveis continua sendo o PEBDL (polietileno linear de baixa densidade), com um market share de 45%, seguida por PEBD (polietileno de baixa densidade), com 27% de participação, PP, com 16%, e PEAD (polietileno de alta densidade), com 11%. “Em maior ou menor grau, elas são usadas para embalar alimentos”, complementa o especialista.